Edifício com linguagem depurada mas evocativa da arquitectura tradicional local na composição da fachada frontal – com destaque para a verticalidade da porta principal e para a saliência das molduras das janelas –, à qual se soma a intemporalidade conferida pelo travertino.
No rés-do-chão, desenhámos o atelier que presentemente ocupamos como um espaço multifuncional e facilmente transfigurável: tectos falsos metálicos aptos a suspensões, paredes revestidas por chapas metálicas perfuradas aptas à afixaçã temporária de posteres ou artigos expositivos, carpintarias em faia… e o sonho de um futuro auditório sobre a rampa de acesso à garagem.
Em cada um dos andares, um apartamento de tipologia T4, com sala comum e cozinha “open-space” orientadas ao largo frontal e quartos remetidos ao logradouro privativo. Com a particularidade das divisões de zonas secas se revestirem em papel decorativo e o detalhe das molduras salientes em travertino se prolongarem no interior. Na caixa de escadas, um revestimento inusitado de paredes em policarbonato alveolar permitiu uma solução rentável que se transcende quer com a iluminação artificial posterior, quer com a luz zenital proveniente da clarabóia.